1.420.000 a.C. | Controle do Fogo

“Procure por uma madeira já tocada pelo fogo. Não será muito difícil acendê-la.”

Provérbio Africano

Como consequência, o fogo permitiu aos seres humanos se dispersarem pelo planeta, habitando locais antes inóspitos devido ao clima adverso, e contribuiu para o surgimento de inovações e variações culturais ao longo do tempo, mudanças na dieta e no comportamento. Além disso, as atividades do homem puderam se estender ao longo da escuridão e das frias horas noturnas.

Os primeiros indícios de controle do fogo por um membro do gênero Homo variam de 1.7 a 0.2 milhões de anos (200 mil anos). O período certo é, com o perdão do trocadilho, incerto, pois há muita controvérsia sobre quais evidências são válidas para indicar o início do uso do fogo pelos humanos. É necessário saber há quanto tempo o uso do fogo passou a ser recorrente e, do ponto de vista da culinária, se esse tempo fora suficientemente longo para que alterações biológicas (incluindo aí adaptações genéticas) pudessem ocorrer para adaptar os organismos à nova dieta.

A mais antiga evidência foi identificada em Swartkrans, África do Sul, e em Chesowanja, no Quênia, na forma de incêndios, que sugerem estar em uso há cerca de 1.4 a 1.5 milhões de anos, porém a comunidade arqueológica questiona esses indícios, argumentando que estes poderiam ser incêndios florestais em vez de incêndios feitos pelo homem. Para evidências incontestáveis de fogo intencionalmente estabelecido e controlado por humanos, a presença de uma lareira ou círculo de pedras chamuscadas é freqüentemente exigida como prova conclusiva, e nesses primeiros lugares, a evidência que associa os fogos ao controle humano é baseada em outros fatores.

Há quem admita porém, que existem evidências suficientes para estabelecer que o controle do fogo se deu por volta de 230 mil anos atrás, onde, na Riviera Francesa em um local chamado Terra Amata, foram encontradas lareiras de pedra no centro de estruturas que podem ser sido cabanas. Fontes mais recentes avaliam que o local pode ser ainda mais antigo, tendo cerca de 300 mil anos. Contudo, recentemente mais evidências – entre 300 mil e 500 mil anos – têm se acumulado na Espanha e na França que estão forçando os paleontólogos mais conservadores a admitir que sua data de 230 mil anos é um tanto quanto mesquinha.

E depois há a caverna de Zhoukoudian na China, um dos locais mais famosos relacionados com o Homo erectus, onde foram encontrados um dos fósseis mais antigos dessa espécie, apelidado de O Homem de Pequim. As alegações que davam conta de que o fogo poderia ter sido usado lá pela primeira vez entre 500 mil e 1.5 milhões de anos estão sendo agora desacreditadas, em grande parte devido à natureza complexa e sobreposta de evidências deixadas não apenas por humanos, mas por hienas e corujas que também habitaram a caverna (é provável que excrementos de coruja tenham pegado fogo e causado muitos dos incêndios). Mesmo depois de descontar as alegações mais extremas, no entanto, parece provável que pelo menos entre 230.000 e 460.000 anos atrás os humanos estivessem usando fogo na caverna. E dado padrões de queimaduras ao redor dos dentes e crânios de alguns restos de animais, parece que os hominídeos podem ter feito isso para cozinhar cérebros (não é uma prática incomum entre os povos caçadores-coletores hoje em dia).

Um diorama mostrando dois Homo erectus, a espécie humana mais antiga conhecida por ter controlado o fogo. Museu Nacional de História Mongol em Ulaanbaatar, Mongólia. Crédito da imagem: Nathan McCord, U.S. Marine Corps, via Wikimedia Commons

As escavações apontam evidências de uso precoce do fogo na França, no sítio de Menez-Dregan, onde uma lareira e evidências de incêndio foram preliminarmente datadas de aproximadamente 380 mil a 465 mil anos.

A questão crucial é a diferenciação entre quando o fogo foi utilizado pela primeira vez de forma controlada e quando ele passou a ser utilizado de forma generalizada pelos humanos, especificamente para cozinhar, de forma que pressões de seleção genética mais constantes seriam trazidas à tona. Dadas as evidências disponíveis no momento, a maior parte provavelmente indicaria que 125 mil anos atrás é a estimativa razoável mais antiga para o controle generalizado.

Escultura do Homem de Pequim no Museu Zhoukoudian. Crédito da imagem: Wikimedia Commons

A questão crucial é a diferenciação entre quando o fogo foi utilizado pela primeira vez de forma controlada e quando ele passou a ser utilizado de forma generalizada pelos humanos, especificamente para cozinhar, de forma que pressões de seleção genética mais constantes seriam trazidas à tona. Dadas as evidências disponíveis no momento, a maior parte provavelmente indicaria que 125 mil anos atrás é a estimativa razoável mais antiga para o controle generalizado.

Outra boa razão para se creditar a adaptação ao fogo em cerca de 125 mil anos atrás é que mais e mais evidências indicam que os humanos modernos de hoje descendem de um grupo de ancestrais que viviam na África há cerca de 100 mil a 200 mil anos atrás, que então se espalharam pelo mundo e substituíram outros grupos humanos. Se isso se confirmar, significa que os sítios encontrados na Europa e na China pertencem a grupos humanos que não deixaram descendentes no presente. Então, o uso generalizado do fogo há 125.000 anos atrás parece o período mais seguro a ser considerado.

Controle do fogo
O uso e o controle do fogo se desenrolou em um processo gradual, composto de vários estágios. Um dos estágios foi a mudança de habitat, passando das densas florestas nas quais os incêndios eram raros, porém devastadores, para a savana, composta por grama mista e florestas, onde os incêndios eram bem mais raros e de menor intensidade. Tal mudança pode ter ocorrido cerca de três milhões de anos atrás, quando a savana se expandiu na África Oriental devido ao clima mais frio e seco.

O próximo estágio envolveu a interação com paisagens queimadas e a busca e exploração de recursos alimentares na sequência de incêndios florestais, como observado em vários animais selvagens, como por exemplo macacos e alguns pássaros.

Posteriormente, os humanos poderiam ter usado pontos que concentravam calor na sequência dos incêndios. Por exemplo, os alimentos encontrados na natureza logo após um incêndio poderiam estar queimados ou mal cozidos. Isso deve ter incentivado os humanos a colocar os alimentos mal cozidos nas fontes de calor, ou a retirar os alimentos do fogo caso estivessem prestes a se queimar. Isso iria requerer certa familiaridade com o fogo e seu comportamento.

Um passo inicial para um controle mais efetivo do fogo seria seu transporte de áreas queimadas para áreas não queimadas, para incendiá-las, proporcionando assim vantagens para aquisição de alimentos. A manutenção do fogo por um período prolongado de tempo, como durante uma estação mais seca, poderia levar ao desenvolvimento de acampamentos. A construção de fogueiras ou outros recintos para armazenar o fogo teria sido um processo posterior. E só mais tarde surgiria o processo de criação de fogo através da fricção da madeira.

Impacto na evolução humana
A descoberta e manipulação do fogo proporcionou uma ampla variedade de usos para os primeiros hominídeos, provendo acesso a uma quantidade de luxos anteriormente indisponíveis e eles. Como fonte de calor, facilitou a passagem pelas frias temperaturas noturnas e possibilitou que os humanos vivessem em locais frios, época em que as migrações de regiões tropicais e subtropicais para áreas de clima temperado, com invernos mais rigorosos, começaram a ocorrer, pois foi possível a eles transportarem uma fonte de calor além das roupas que usavam. Isso pode ter contribuído para aumentar a expectativa média de vida do homem, uma vez que ele não ficaria tão exposto às consequências das baixas temperaturas, como hipotermia e outros males relacionados à temperatura.

Através do cozimento dos alimentos, foi possível eliminar os riscos de doenças relacionadas à ingestão de alimentos crus, tais como infecções por bactérias como a E. Coli e a salmonela. Com a nova prática de cozinhar os alimentos, foi possível aumentar o consumo de carne e consequentemente de calorias. Além disso foi observado que o fogo desidratava certos alimentos, o que facilitou a estocagem dos mesmos nos períodos de maior escassez, onde a caça se tornava difícil.

Proteção e Caça
O uso do fogo também possibilitou que os primeiros humanos se protegessem de forma mais efetiva contra predadores. Além da proteção em períodos noturnos, o fogo facilitou a limpeza das cavernas antes que grupos humanos as habitassem. Alguns estudos também apontam que os primeiros homens usavam o fogo para encurralar e prender animais antes do abate.

Ferramentas e produção de armas
A criação de novas ferramentas e armas também foi beneficiada pelo uso do fogo. O uso do fogo pelos primeiros humanos como uma ferramenta de engenharia para modificar a eficácia de suas armas foi um grande avanço tecnológico. Em um sítio arqueológico datado em cerca de 400 mil anos em uma área conhecida como “Spear Horizon” em Schöningen, no condado de Helmstedt, Alemanha, pesquisadores encontraram lanças de madeira em meio a vários artefatos de pedra e restos animais, entre eles um que ainda possuía uma lança em sua pélvis. Em outro local de escavação localizado em Lehringen, na Alemanha, uma lança endurecida pelo fogo foi encontrada dentro da caixa torácica de um elefante. Essas descobertas fornecem evidências de que as armas foram modificadas deliberadamente com o uso do fogo, o que permitiu que os humanos modificassem suas táticas de usos das armas.

Outras descobertas feitas na África do Sul, datadas de 164 mil anos sugerem que os humanos usavam o fogo em um tipo de rocha local, de grão fino, chamada silcrete, para modificar suas propriedades e criar lâminas e pontas de flechas. As evidências sugerem que essas ferramentas foram usadas para caçar e cortar a carne dos animais mortos.

Tratamento térmico extensivo na Idade Média da Pedra mostra que o uso controlado de fogo pode ter ocorrido no estágio inicial de produção de ferramentas e lâminas. A foto mostra artefatos aquecidos em silcrete feito pelo Homo sapiens, encontrados na África do Sul. Crédito da imagem: Katja Douze, Universidade do Witwatersrand.

Arte e usos cerimoniais
O fogo também foi usado na criação de arte. Cientistas descobriram diversas estátuas pequenas espalhadas da Europa Oriental à Sibéria, conhecidas como Estatuetas de Vênus. Todas elas compartilhavam certas características, muitas delas eram retratadas como obesas ou grávidas, ou então esbeltas e com a silhueta afinada. Elas eram feitas em pedras moles, como esteatite, calcita ou calcário, ossos ou marfim, ou ainda criadas em argila e depois aquecidas.

Vénus de Willendorf, uma das estatuetas mais notórias. Crédito: Wikimedia Commons

Estes são alguns dos primeiros exemplos de cerâmica de que se tem notícia. Apesar de anteriormente se pensar que o advento da cerâmica começou com o desenvolvimento da agricultura, cerca de 10 mil anos atrás, cientistas da China descobriram fragmentos de cerâmica na caverna de Xianrendong que possuíam aproximadamente 20 mil anos de idade. Ainda assim, foi durante o período Neolítico, que começou há 10 mil anos, que a criação e uso de cerâmica se tornou largamente utilizado.

Desenvolvimento e expansão das primeiras sociedades
O fogo também foi um fator crucial na expansão e desenvolvimento das primeiras sociedades. Um dos impactos do emprego do fogo pode ter sido na estratificação social. Aqueles que podiam fazer e manipular o fogo tinham mais poder do que os que não tinham essa capacidade e poderiam então ter ocupado uma posição mais alta na sociedade. Isso pode ter influenciado a associação de certos grupos, já que aqueles que não tinham fogo poderiam ter se unido aos que tinham, ao ver a melhora da qualidade de vida destes últimos com o uso do fogo.

A presença do fogo também levou a um prolongamento do dia e possibilitou um maior número de atividades noturnas do que era previamente possível. Evidências encontradas próximos a grandes fogueiras indicam que a maioria das atividades noturnas eram exercidas em torno do fogo, contribuindo para uma maior interação social entre os indivíduos. Especula-se que esse aumento nas interações sociais pode ter sido importante no desenvolvimento da linguagem, uma vez que ela encorajou uma maior comunicação entre os mesmos.

Outro efeito que a presença do fogo teve nas sociedades foi que ele requeria que grupos cada vez maiores trabalhassem juntos para manter e sustentar o fogo. Eram necessários grupos para encontrar combustível para o fogo, outros grupos para manter o fogo aceso e completar outras atividades. Esses grandes grupos devem ter incluído indivíduos mais velhos, avós, para ajudar a tomar conta das crianças. Podemos concluir com isso que o fogo teve influência significativa no tamanho e nas interações sociais das primeiras comunidades de hominídeos.

A mudança do ritmo circadiano
Uma vez que as atividades não eram mais restritas à presença da luz do sol, a exposição à luz gerada pelo fogo nas horas noturnas modificou o ciclo circadiano dos humanos, contribuindo para um período desperto mais longo. O período de tempo que os humanos permanecem acordados no dia é de 16 horas, enquanto que o da maioria dos mamíferos é metade disso.

Além disso, os humanos estão mais acordados durante as primeiras horas da noite, enquanto os dias dos outros primatas começam ao amanhecer e terminam ao entardecer. Muitas dessas mudanças comportamentais podem ser atribuídas ao controle do fogo e seu impacto na extensão da luz do dia.

A hipótese do cozimento
Existe uma teoria que propõe que a habilidade de cozinhar permitiu que o tamanho do cérebro dos hominídeos aumentasse com tempo. Essa idéia foi apresentada pela primeira vez por Frederich Engels, cientista social alemão em 1876 e mais tarde recapitulado no livro Catching Fire: How Cooking Made Us Human, de Richard Wrangham.

E temos uma cientista brasileira que tratou desse assunto também. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel, cujo campo principal de trabalho é a neuroanatomia comparada, escreveu um livro que aborda esse tema, intitulado A vantagem humana: Como nosso cérebro se tornou superpoderoso. Contudo, críticos dessa hipótese argumentam que ingerir alimentos cozidos não é suficiente para ser o motivo da tendência de crescimento do cérebro.

Mudanças na dieta
Inicialmente os hominídeos se alimentavam basicamente de alimentos fontes de açúcares simples e carboidratos, tais como sementes, flores e frutas polposas. Após o controle do fogo, foi possível ampliar o leque de alimentos que podiam ser consumidos. Partes da planta, tais como caules, raízes e tubérculos, que antes eram inacessíveis devido à indigestibilidade da celulose e do amido crus, passaram a ser comestíveis. Alguns alimentos que continham toxinas, como sementes de linhaça e mandioca, foram incorporados à dieta dos homens quando o cozimento tornou-os não tóxicos.

Além de matar parasitas, cozinhar os alimentos reduziu a quantidade de energia gasta durante a mastigação e digestão, e pôde liberar mais nutrientes de plantas e carnes. Devido à dificuldade de mastigar carne crua e digerir proteínas duras (por exemplo, colágeno) e carboidratos, o desenvolvimento do cozimento serviu como um mecanismo eficaz para processar eficientemente a carne e permitir seu consumo em maiores quantidades. Com sua alta densidade calórica e reserva de nutrientes importantes, a carne tornou-se um alimento básico na dieta dos primeiros humanos. Como resultado do aumento no ganho de energia proveniente do consumo de alimentos, as taxas de sobrevivência e reprodução nos hominídeos aumentaram.

Mudanças biológicas
Antes do uso do fogo, as espécies de hominídeos tinham grandes pré-molares que eram usados para mastigar alimentos mais duros, como sementes grandes. Além disso, devido à forma das cúspides dos molares, infere-se que a dieta era mais baseada em folhas ou frutos.

Em resposta ao consumo de alimentos cozidos, os dentes molares do Homo erectus haviam gradualmente encolhido, sugerindo que sua dieta havia mudado de alimentos mais crocantes, como vegetais com raízes crocantes, para alimentos cozidos mais macios, como carne. Os alimentos cozidos eventualmente levaram a um decréscimo no volume mandibular com uma variedade de dentes menores nos hominídeos. Hoje, é possível observar o menor volume da mandíbula e o tamanho dos dentes dos humanos em comparação com os de outros primatas.

O fogo também trouxe os hominídeos para viver fora das árvores. Segundo o biólogo de Harvard, Richard Wrangham, uma vez que o fogo afugentava os predadores noturnos, o Homo erectus pôde dormir em segurança no solo e nas cavernas, contribuindo para um maior tempo passado no chão e com isso favorecendo o processo de bipedalismo.

Deus da ciência, deus da Fé

Agni, o deus hindu do Fogo

Ainda que o fogo possa ser descrito como uma mistura de gases a altas temperaturas, formada em reação exotérmica de oxidação, que emite radiação eletromagnética nas faixas do infravermelho e visível, em diversos povos ele ganhou status divino, sendo reverenciado em diversas culturas, desde os povos dos períodos pré homo sapiens à sociedade do século XXI, como um poderoso elemento de transformação, tanto físico quanto espiritual. É usado em cremações e fogueiras; as velas são usadas em várias cerimônias religiosas; chamas eternas são usadas para lembrar de ocasiões notáveis; e a Chama Olímpica queima durante a duração dos jogos. Praticamente todas as grandes mitologias possuíam seu deus ou deusa do fogo. Para citar alguns:

Zhurong: personagem do folclore e da mitologia chinesa, conhecido como o deus do fogo e do Sul.
Amaterasu: na religião Xintoísta do Japão, é a deusa do sol e do universo.
Logi: Na mitologia nórdica, Logi é um gigante do fogo, deus e personificação do fogo.
Chantico: para os Astecas, era a deusa dos fogos do coração, dos fogos do lar e dos vulcões.
Rá: provavelmente o deus mais famoso do Antigo Egito, Rá se tornou uma das principais divindades da religião egípcia no período da Quinta Dinastia. Era considerado o deus do sol, que para os egípcios representava luz, calor e crescimento.

Seja explicado fria e cientificamente, seja coroado como divindade, o fato é que o fogo se tornou um elemento de transformação para as espécies que dele se beneficiaram, e através do qual uma série incalculável de descobertas e invenções se tornou possível. E em breve algumas delas figurarão aqui também.

(E depois desse longo post, nada como uma boa xícara de chocolate quente, não é mesmo?)

* Nas ciências biológicas, em particular na antropologia e na paleontologia, o nome comum para todos os membros do gênero Homo é “humano”.


Referências

1. James, Steven R. (Fevereiro de 1989). «Hominid Use of Fire in the Lower and Middle Pleistocene: A Review of the Evidence» (PDF). University of Chicago Press. Current Anthropology.
2. “First Control of Fire by Human Beings – How Early?”. Beyond Vegetarianism.
3. McKenna, Ryan.“Fire and It’s [sic] Value to Early Man”. Fubini. Swarthmore College
4. Estatuetas de Vênus. Wikipedia.
5. Why Fire Makes Us Human. Smithsonian.com.
6. Control of fire by early humans. Wikipedia.
7. Fire Worship. Wikipedia
8. List of fire Gods. Wikipedia.
9. Fire. Wikipedia.

Gostou deste artigo?

Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Pinterest
Compartilhar no WhatsApp