O mapa é uma das mais antigas formas de representação gráfica da humanidade. Há milhares de anos, mapas das terras conhecidas eram desenhados em argila, madeira, peles de animais, rochas e outros meios.
Alguns dos exemplares mais antigos de mapas, na forma de tábuas babilônicas, são desenhos e pinturas de áreas do Egito encontrados em tumbas. Porém em 1961 descobriu-se aquele que pode ser considerado até então o mapa mais antigo já encontrado. Um plano da cidade de Çatalhüyük, na Turquia, pintado em uma parede, contendo casas e o cume de um vulcão, com cerca de 8.500 anos de idade.
Antes da invenção da escrita os homens já faziam mapas para representar os lugares onde viviam e por onde passavam. Com o aparecimento das primeiras civilizações, na Mesopotâmia, na Grécia, no Egito e na China e a expansão de seus territórios, os mapas passaram a ter ainda maior importância. Era necessário conhecer os limites das áreas dominadas e as possibilidades de ampliação de suas fronteiras. Eles se tornaram um instrumento fundamental para definir estratégias militares, na conquista de novos territórios e de outros povos, além de serem importantes para a agricultura e transporte.
Embora os mapas mais antigos conhecidos sejam dos céus, os mapas geográficos do território têm uma tradição muito longa e existem desde os tempos antigos. A palavra “mapa” vem do latim medieval Mappa mundi, em que mappa significava “lenço, pedaço de tecido” e mundi “mundo”. Assim, “mapa” tornou-se o termo abreviado, referindo-se a uma representação bidimensional da superfície do mundo.
Com o tempo, os conhecimentos de geometria e astronomia foram aperfeiçoados e desenvolveu-se as tecnologias de medição de terras. Os gregos antigos deram importantes contribuições para o desenvolvimento da cartografia. Por volta de 500 a.C., Hecateu de Mileto escreveu o primeiro livro de geografia que se tem notícia. Algumas décadas depois, o historiador grego Heródoto enriqueceu as referências geográficas de Hecateu.
Hecateu concebia a Terra como um disco achatado, cercado por um oceano. Acredita-se, entretanto, que alguns filósofos gregos da mesma época ou anterior, como Pitágoras ou Parmênides, já concebiam uma Terra esférica. No século 4 a.C. o conceito de Terra esférica já era aceito por grande parte dos filósofos gregos e, por volta de 350 a.C. Aristóteles formulou seis argumentos para prová-lo. No século 3 a.C., Eratóstenes, bibliotecário em Alexandria, mediu o diâmetro da Terra com grande precisão para a época.
Os desenvolvimentos da cartografia no mundo antigo culminaram com os trabalhos de Cláudio Ptolemeu, ou Ptolomeu (90 d.C. – 168), matemático e astrônomo grego. Após extensa pesquisa na Biblioteca de Alexandria, Ptolomeu produziu a mais completa obra sobre geografia até então, em oito volumes. Foi uma importante referência por toda a Idade Média. Já apresentava conceitos de projeções cartográficas e dispunha de um sistema de coordenadas, com referências a cerca de oito mil localidades. Ptolomeu, entretanto, não considerou o diâmetro da Terra calculado por Eratóstenes. Sua concepção do planeta Terra era bem menor.
A partir das grandes navegações, iniciadas pelos portugueses no século 15, o desenvolvimento da cartografia ganhou novo fôlego. Técnicas de projeção cartográfica tornaram-se fundamentais. Para os portugueses, mapas eram segredo de estado.
Devido ao equívoco de Ptolomeu a respeito do tamanho da Terra, seu cálculo de que se chegaria à Índia viajando para o Oeste fez com que, séculos mais tarde, Colombo subestimasse a distância dessa viagem.
Em 1507, o cartógrafo alemão Martin Waldseemüller dividiu a Terra em dois hemisférios, ocidental e oriental, e batizou de America a atual América do Sul, em homenagem a Américo Vespúcio.
Referências:
História da Cartografia. Guia Geográfico
Como surgiram os primeiros mapas. Uol Educação
A new map of the world : with all the new discoveries by Capt. Cook and other navigators. Library of Congress
Map. Wikipedia
CHALLONER, Jack. 1001 Invenções que Mudaram o Mundo. 1ª edição. Sextante, 2014